quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Painéis solares flutuantes produzem até 14% mais energia, revela pesquisa




Segundo estudos internacionais, aumento de eficiência se deve em função do resfriamento da temperatura dos geradores fotovoltaicos
Estudos feitos em usinas solares flutuantes da Europa e Ásia, locais onde o nível de irradiação é bem menor do que no território brasileiro, mostram que a tecnologia de geração solar no espelho d’água gera aproximadamente 14% a mais de eletricidade do que o sistema em terra ou no telhado.
De acordo com a pesquisa realizada pela fabricante francesa Ciel & Terre International, detentora do Hidrélio®, tecnologia aplicada de estruturas plásticas flutuantes e utilizada em mais 60 usinas no mundo, o aumento de geração de energia se deve em função do resfriamento da temperatura dos painéis fotovoltaicos instalados no espelho d’água.
Outra vantagem de gerar energia solar na água é possibilitar um uso mais nobre da terra, por exemplo, seja para a agricultura ou outras atividades primordiais do ser humano. A tecnologia também reduz a evaporação da água em até 70% na área coberta pelos flutuadores, o que representa uma adição do volume hídrico de aproximadamente 20%.
No Brasil, a energia solar flutuante, embora ainda esteja em fase inicial, é aplicada em reservatórios de usinas hidrelétricas, em reservatórios de empresas de saneamento básico e em açudes e cursos d’água de propriedades rurais.  
A própria Cesp, de forma inovadora, fez estudos na usina solar flutuante instalada no reservatório de Porto Primavera e os resultados de eficiências dos painéis ficou acima dos 14% verificados na Europa e na Ásia.
Um estudo recente da Unicamp, da professora Karina Maretti Strangueto, do Departamento de Energia da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM), mostra, por sua vez um potencial gigantesco de geração de energia solar flutuante nas áreas alagadas dos reservatórios de hidrelétricas.
De acordo com pesquisa, é possível aumentar em pelo menos 70% a geração energética brasileira usando apenas 8% da área total dos reservatórios hidrelétricos, com acréscimo anual de cerca de 400 mil GWh, o que corresponde a aproximadamente 70% de todo o consumo nacional.
Outra vantagem apontada pela pesquisadora é poder compartilhar a estrutura de linhas de transmissão já instaladas nas usinas hidrelétricas, além de aproveitar todo potencial de incidência solar.
A pesquisa cobriu 165 das principais usinas hidrelétricas brasileiras, observando as áreas, latitudes, longitudes, altitudes, temperaturas e climas de cada reservatório para apurar o potencial de geração de energia solar fotovoltaica.
A primeira usina solar flutuante em operação no Brasil fica, no entanto, em uma propriedade rural. A Fazenda Figueiredo das Lages, em Cristalina (GO), no entorno do Distrito Federal, aproveitou uma lagoa artificial, que é abastecida com águas das chuvas por captação dos telhados e utilizada para irrigação, e instalou 1.150 painéis fotovoltaicos.
A estimativa é que os painéis gerem 304 quilowatts-pico (kWp), o que garante uma produção estimada de 50 megawatts-hora/mês (MWh/mês).  A energia produzida na propriedade equivale às necessidades anuais de consumo de mais de 170 domicílios populares brasileiros.
Fonte Portal Solar

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Janelas inteligentes captam energia solar e mudam a opacidade



Cada vez mais, cientistas trabalham para criar novas maneiras de captar energia limpa através de construções sustentáveis, afinal, trata-se de uma iniciativa importante para diminuir os impactos causados pelo homem ao meio ambiente. Alguns produtos inovadores já estão surgindo, como é o caso das janelas inteligentes, que são capazes de mudar sua opacidade de acordo com os raios solares.

Criações modernas e inovadoras como estas estimulam pesquisadores a continuarem buscando novas ideias para este mercado. Recentemente, uma equipe de engenheiros da Universidade Alemã Friedrich-Schiller desenvolveu uma construção que promete revolucionar o mercado: a janela que, além de mudar sua opacidade, também tem capacidade de captar energia dos raios solares.
Segundo os pesquisadores alemães, estas janelas são muito mais funcionais, pois conta com o design da Linha de Fluidos Wide-Area – LaWin, tecnologia que utiliza uma suspensão fluida de partículas de ferro. Esse fluido está contido dentro da janela em uma série de longos canais verticais, o que permite que a janela altere a opacidade, além de absorver e distribuir o calor no ambiente.
Uma das principais vantagens da janela inteligente é a economia, pois a luminosidade do ambiente é controlada por meio de um interruptor que arrasta as nano partículas fluidas do ferro, deixando a janela totalmente transparente. Outro benefício da janela é que, além de captar a luz do sol e transformar em energia, elas suportam sistemas de ar-condicionado interno, com isso, é possível resfriar o ambiente utilizando a energia que é gerada pelas janelas!
A instalação das janelas inteligentes é parecida com o processo de criação de vidros duplos e triplos. Para fazer uso das janelas inteligentes, é preciso integrar os painéis LaWin aos vidros, e este processo é considerado fácil, pois a produção dos vidros já é feita com tecnologia avançada para isso.
Residências e prédios comerciais que escolherem fazer uso das janelas inteligentes terão uma grande economia, pois estarão reduzindo gastos com contas de luz e sistemas de refrigeração. No entanto, ainda vai levar algum tempo para que casas e prédios sejam construídos utilizando as janelas inteligentes, já que o produto só será comercializado a partir de 2019.
Gostou do conceito das janelas inteligentes? Saiba que esta é uma boa solução sustentável! Além desta, muitas outras ideias inovadoras estão surgindo, como os painéis solares de alto desempenho que foram utilizados na fachada do prédio da Swiss Krono. Outra novidade criada recentemente foi a célula fotovoltaica transparente que pode transformar janela em painel solar por meio da captação de raios solares.
Fonte  Portal Solar

Google vai operar seus data-centers e escritórios somente com energias renováveis



Para 2018, o Google anunciou que 100% da energia utilizada em suas operações será renovável. A empresa investe há algum tempo em projetos utilizando a energia solar e eólica, desde 2010. A meta para o ano que vem é ter energia renovável suficiente para cobrir tudo que é usado tanto em seus escritórios quanto em seus data-centers.
O comunicado do Google afirma que atualmente, a empresa é a que mais compra energia renovável no mundo. Segundo o anúncio, ela é responsável pela geração de mais de 2,6 GW (gigawatts) de energia no mundo todo. Cada gigawatt de energia é suficiente para abastecer uma cidade com 1,5 milhão de habitantes, segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica.
Um dos principais motivos dessa iniciativa tomada pela empresa Google foi a queda de preço de 60 a 80% nas energias renováveis. Os investimentos em infraestrutura de energia da empresa totalizaram mais de US$ 3,5 bilhões no mundo, o que fez a empresa se tornar atualmente a maior compradora de energia limpa do mundo. 
Com os três novos contratos, em Dakota do Sul, Iowa e Oklahoma (Estados Unidos) será somado a infraestrutura da companhia 535 megawatts, permitindo que o Google monte uma rede limpa de mais de 3 gigawatts, sendo assim, o total será suficiente para abastecer a operação atual e também futuros projetos estão por vim.
As fontes renováveis têm o grande benefício de não serem poluentes ou emitir gases de efeito estufa. Para o Google, a energia solar fotovoltaica, por ser renovável, passa por menores mudanças inesperadas de preço, tornando este tipo de energia alternativa uma opção mais econômica do que as outras.
O Google analisou que nos últimos seis anos o preço da energia eólica caiu 60%, no mesmo período, a energia solar ficou 80% mais barata. As energias renováveis estão se tornando a opção de menor custo cada vez mais rápido e acessível. A empresa investir cada vez mais na produção de energia sustentável mundial, principalmente nas regiões onde seus data-centers estão instalados e onde a empresa possui grandes operações, como por exemplo, nos Estados Unidos, Chile e algumas cidades da Suécia.
A grande empresa revela que comprar energia renovável as torna mais baratas com o tempo, futuramente, os planos do Google é mostrar mais resultados positivos tanto para a empresa quanto para o meio ambiente. É uma relação benéfica para a empresa e para o mundo, onde todos saem ganhando, além de estimular outras iniciativas e o desenvolvimento da indústria.
Fonte Portal Solar

Brasil atinge 7 mil empresas de energia solar e geração distribuída



egundo mapeamento do Portal Solar, companhias já geraram cerca de 6 mil empregos somente neste ano
A energia solar fotovoltaica vive um momento bastante particular em sua história recente no Brasil. O crescimento exponencial do setor nos últimos anos, com geração de emprego, inovação e desenvolvimento, praticamente segurou o País durante o longo período de queda da atividade econômica vivenciado pelo País de 2015 para cá.
O Brasil já soma cerca de 7 mil empresas que atuam com energia solar em especial nas áreas de equipamentos e serviços para a geração distribuída, conforme mapeamento recente do Portal Solar, maior marketplace do segmento no País. Estimativas dão conta de que as companhias empregam atualmente 20 mil profissionais, com investimentos acumulados que ultrapassam R$ 20 bilhões.
A projeção é que, até o final deste ano, o setor solar seja responsável pelo acréscimo de cerca de 12 mil novos postos de trabalho no País. No caso específico da geração distribuída, o levantamento do Portal Solar mostra que as empresas já geraram 9 mil empregos somente neste ano.
O Portal Solar possui uma média mensal de acesso de 200 mil pessoas, que movimentam cerca de R$ 20 milhões em compra e venda dos mais de 1,5 mil produtos ofertados. Dos quase 40 mil sistemas fotovoltaicos instalados até hoje nos telhados brasileiros, 16 mil projetos foram validados pelo site. Os clientes finais (consumidores) já deixaram mais de 5 mil avaliações dos serviços prestados.
Outra dado de destaque no mapeamento do Portal Solar é o perfil do consumidor. Segundo levantamento, a renda média familiar das pessoas interessadas em gerar a própria energia a partir da fonte fotovoltaica é de R$ 2.857,00 (Classe C).
A pesquisa mostra ainda que 30% dos consumidores são empresários,  25% assalariados, 22% autônomos ou profissionais liberais, 16% funcionários públicos e 8% aposentados ou pensionistas. Do total, 75% dos sistemas estão em residências. Apenas 25% foram instalados em comércios e indústrias.  
No ranking dos estados, os consumidores de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais lideram o nível de interesse por geradores solares. Do total de procura no Portal Solar, os paulistas representam 23,23%, seguido pelos mineiros, com 11,83%, e fluminenses, com 11,13% (veja ranking abaixo).
Ranking dos estados com maior interesse pela energia solar:
1
São Paulo
23,23%
2
Minas Gerais
11,83%
3
Rio de Janeiro
11,13%
4
Rio Grande do Sul
6,99%
5
Paraná
6,28%
6
Bahia
5,10%
7
Santa Catarina
4,34%
8
Ceará
4,16%
9
Pernambuco
3,22%
10
Goiás
3,40%
 Fonte: Portal Solar

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Estudo do Sebrae aponta 20 oportunidades de negócios para empreendedores na área de energia solar




Segundo mapeamento, maior potencial está no setor de serviços para projetos de geração distribuída
Um estudo inédito publicado recentemente pelo Sebrae apresenta o potencial de negócios da cadeia de energia solar fotovoltaica no Brasil. A entidade identificou 20 oportunidades para os empreendedores brasileiros, sobretudo na área de serviços para projetos de geração distribuída.
 Entre os segmentos de grande potencial identificados no estudo, destacam-se consultoria e assessoria diversos (consultoria ambiental, jurídica, tributária, fundiária, financeira, avaliação de recurso solar, técnica/engenharia, treinamento e capacitação), integradores de sistemas fotovoltaicos, certificadoras e serviços terceirizados para grandes empresas de operação e manutenção.
publicação do Sebrae foi desenvolvida pela CELA Clean Energy Latin America em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a Organização do Estados Ibero-Americanos (OEI) e a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) e traz um diagnóstico sobre a cadeia produtiva e de serviços nacional, no sentido de subsidiar instituições, empresários e empreendedores.
Com 362 páginas, o estudo traz um completo diagnóstico da cadeia produtiva solar, com análises do setor, baseado em dados de diversas fontes e instituições especializadas, nacionais e internacionais. A intenção é suprir o mercado brasileiro com informações de qualidade, a fim de impulsionar os negócios no País e gerar empregos locais e de qualidade, além de contribuir para a prosperidade e o desenvolvimento sustentável do Brasil.
Para a coordenadora nacional do Macrossegmento Energia no Sebrae Nacional, Eliane Borges, o estudo serve para orientar instituições e empresas atuantes na cadeia na formulação de estratégias competitivas, que contemplem a inclusão dos pequenos negócios. “Mais de 99% dos empreendimentos formais do Brasil estão ligados aos pequenos e médios negócios, inclusive na área de energia solar”, disse.
O estudo Cadeia de Valor da Energia Solar Fotovoltaica no Brasil é fruto do Projeto Plataforma de Colaboração para a Difusão e Implantação de Iniciativas de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, realizado pelo Sebrae, BID e OEI, que desenvolveu cinco grandes estudos técnicos sobre cadeias de valor estratégicas para a indústria nacional.
Dividido em 15 capítulos, mapeamento do Sebrae traz também um paralelo com a  cadeia de valor mundial de energia fotovoltaica, um panorama da solar na matriz elétrica no mundo e no Brasil, os principais marcos regulatórios no País e os modelos de financiamentos existentes. Destaca ainda as instituições atuantes na cadeia produtiva nacional, incluindo as startups, e as tendência tecnológicas internacionais para o setor.
Baixe o estudo no site do Sebrae: clique aqui

domingo, 11 de novembro de 2018

Por que querem impedir o crescimento da energia solar fotovoltaica?





A fonte solar fotovoltaica vive um crescimento considerável no Brasil, com benefícios econômicos, sociais e ambientais cada vez mais importantes à nossa sociedade. O País possui uma potência instalada de mais de 1,6 gigawatts (GW), total alcançado por menos de 30 países no mundo. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) projeta que a fonte deverá representar mais de 10% da matriz elétrica em 2030, enquanto hoje representa menos de 1%.
Na geração distribuída solar fotovoltaica, o Brasil acaba de ultrapassar 350 megawatts (MW). São 37 mil sistemas conectados à rede, que trouxeram mais de R$ 2,5 bilhões em novos investimentos desde 2012, proporcionando economia e sustentabilidade ambiental a 44 mil residências, comércios, indústrias, produtores rurais e prédios públicos, como escolas e hospitais.
Pressionados pelos custos da energia elétrica, os consumidores buscam opções para enfrentar os pesados aumentos nas tarifas. A geração distribuída solar fotovoltaica se destaca como uma solução competitiva e sustentável: os preços dos sistemas caíram 75% na última década e o tempo de retorno sobre o investimento diminuiu, trazendo reduções de até 90% nas contas de energia elétrica.
A geração distribuída solar fotovoltaica começa, porém, a incomodar grandes grupos econômicos, tradicionais e conservadores no setor elétrico. Um forte lobby, encampado por entidades que representam as distribuidoras, tem pressionado autoridades para alterar importantes regulamentações que dinamizaram o mercado. Em especial, a bem-sucedida compensação de créditos de energia elétrica para sistemas de microgeração e minigeração distribuída tem sido alvo de pesadas investidas. O motivo é financeiro: ao empoderar os consumidores, tornando-os produtores ativos de sua própria energia renovável e mais independentes, a geração distribuída solar fotovoltaica ameaça as receitas e lucros de distribuidoras que não se adaptarem à nova realidade do mercado.
A intenção do lobby é de mudar as regras, para que consumidores com geração distribuída paguem mais pelas redes de distribuição, sob a alegação de que o impacto tarifário de supostos subsídios cruzados seria de 0,1% para cada 50 mil unidades consumidoras. Os números, no entanto, não batem.
Os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) indicam que a redução de receita média para as distribuidoras, com o crescimento da geração distribuída para 150 mil unidades consumidoras até 2020, seria inferior a 0,1%. Já o impacto médio nas tarifas dos consumidores seria de menos de 1%, considerando todo o acumulado no período de 2015 a 2020.
Os valores são irrisórios quando comparados aos reajustes tarifários cobrados anualmente dos consumidores pelas distribuidoras. Em 2017, o reajuste médio anual das tarifas das distribuidoras foi superior a 10%, frente a uma inflação de 2,95%. Para 2018, a previsão é ainda pior: o aumento ficará entre 10% e 15% em média, pesando no bolso da sociedade brasileira.
Todo consumidor com geração distribuída já paga pelo custo de disponibilidade da rede de distribuição, responsável pelo rateio de custos da infraestrutura das distribuidoras, conforme regulamenta a Aneel. Esse pagamento também é feito no caso de projetos de médio porte conectados em média tensão, via pesados custos de demanda sobre as usinas de geração distribuída. Por vezes, os empreendedores de geração distribuída arcam, inclusive, com uma parte dos custos de reforço da rede, doando posteriormente estes reforços para as distribuidoras.
Ainda é muito cedo, portanto, para qualquer alteração na compensação de energia elétrica da geração distribuída. Faltam estudos da Aneel, transversais, quantitativos, qualificados, aprofundados e isentos, que avaliem os benefícios (ambientais, econômicos, sociais e elétricos) e eventuais custos da geração distribuída para a sociedade brasileira. Só a partir desta análise teremos dados para propor aprimoramentos regulatórios com propriedade.
Na Califórnia (EUA), por exemplo, os investimentos da população em geração distribuída e eficiência energética trouxeram uma economia de US$ 2,6 bilhões aos californianos, com o cancelamento de 20 projetos de transmissão e redução de 21 projetos de reforço de rede. Ambos seriam necessários, caso a energia elétrica fosse trazida de fora das cidades para atender os consumidores, porém a geração distribuída solar fotovoltaica instalada pelos consumidores supriu grande parte da nova demanda por eletricidade e evitou ou aliviou estes custos para todos os consumidores.
Também é falso dizer que energia solar fotovoltaica é tecnologia apenas para os ricos, muito pelo contrário. A fonte – ainda em processo de desenvolvimento no País – é uma das mais democráticas e socialmente acessíveis para consumidores de todas as classes sociais. Por isso, a tecnologia tem sido incorporada em casas populares, como nos programas habitacionais do CDHU-SP, AGEHAB-GO e no Programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal, aliviando os custos da população mais vulnerável, para que possam melhorar a alimentação, saúde, educação, transporte e qualidade de vida.
A geração distribuída solar fotovoltaica coloca o consumidor no centro das decisões. Por isso, nove em cada dez brasileiros quer gerar energia renovável em sua residência, conforme atesta pesquisa do Ibope Inteligência de 2018. É dever dos líderes públicos atender aos anseios da sociedade brasileira. O crescimento sustentável do Brasil será potencializado pelo uso da energia solar fotovoltaica como política pública estratégica para o desenvolvimento econômico, social e ambiental, contribuindo para diversificar a matriz elétrica, gerando milhares de empregos, reduzindo a queima de combustíveis fósseis, ampliando a liberdade do consumidor, estimulando a cadeia produtiva, reduzindo perdas e trazendo economia para os cidadãos, as empresas e os governos.
Por Ronaldo Koloszuk e Rodrigo Sauaia*
*Ronaldo Koloszuk é presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR)
*Rodrigo Sauaia é CEO da ABSOLAR, mestre em Energias Renováveis pela Loughborough University (Reino Unido), e doutor em Engenharia e Tecnologia de Materiais pela PUC-RS, com colaboração internacional na área de energia solar fotovoltaica realizada no Fraunhofer Institut für Solare Energiesysteme (Alemanha)

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Autoridades e entidades querem transformar autoprodutores de energia em fornecedores de energia no mercado livre



Associações e membros do governo estudam modelo de venda do excedente da geração distribuída no Ambiente de Contratação Livre

Autoridades de governo e representantes de entidades do setor elétrico querem transformar os autoprodutores de energia em fornecedores de energia para o mercado livre. A ideia, inédita no Brasil, foi discutida durante evento promovido em São Paulo, no dia 5 de novembro deste, pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) em parceria com a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel).
A proposta, defendida também por representantes do Ministério de Minas e Energia (MME), do Operador Nacional do Sistema (ONS) e da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), é criar mecanismos regulatórios que possibilite a venda do excedente da geração distribuída, proveniente em especial da fonte solar fotovoltaica, no Ambiente de Contratação Livre (ACL) via as comercializadoras de energia.
Com mais de 200 empresários e agentes do setor elétrico, o debate foi coordenado por Reginaldo Medeiros, presidente da Abraceel, e por Rodrigo Sauaia, presidente da ABSOLAR, e contou com as presenças de Rui Altieri, presidente da CCEE, de Igor Alexandre Walter, do MME, e de Luiz Eduardo Barata, diretor-geral do ONS, além de representantes da Abrace, Anace e Abiape.
“Tanto a geração solar distribuída quanto as usinas centralizadas são muito bem-vindas no Operador Nacional do Sistema, já que são pouco voláteis e possuem alta previsibilidade, o que, por si, é um fator decisivo e um grande diferencial na análise de risco e de investimento”, comentou Barata. “O ONS tem grande interesse em colaborar para intensificar a entrada de novos empreendedores do setor de energia solar, seja para o mercado livre ou seja para o ambiente regulado. Assim, vamos atuar de forma decisiva para eliminar os atuais obstáculos que impedem o avanço ainda maior desse segmento no País”, acrescentou.
O presidente da Abraceel, Reginaldo Medeiro, lembrou, todavia, que a entrada do chamado “preço-horário” no sistema de cálculo do setor elétrico, previsto para 2020, será um avanço regulatório para o País. “Certamente, a entrada em vigor do ‘preço-horário’ vai favorecer ainda mais a fonte solar no mercado livre de energia”, disse. “Nossa perspectiva é que a solar será, em pouco tempo, fator determinante para a expansão da oferta em todo o Ambiente de Contratação Livre”, completou.
A mesma opinião foi compartilhada pelo presidente da CCEE, Rui Altieri. Segundo ele, há um espaço enorme para o avanço da fonte solar no mercado livre. “A energia solar no Brasil é altamente competitiva e configura-se como uma realidade de fato, haja visto o preço negociado no último leilão com as usinas de grande porte”, apontou. “No caso da geração solar distribuída, basta apenas alguns poucos ajustes regulatórios para viabilizar que o autoprodutor venda o excedente para as comercializadoras no mercado livre”, disse.  
“Porque não permitir que milhares de famílias e empresários brasileiros encontrem na energia solar não só uma forma de reduzir a conta de luz, mas também de gerar receita para sua família e empresas?”, indagou Rodolfo Meyer, CEO do Portal Solar. “Permitir que os autoprodutores possam vender o excedente de energia para comercializadoras de energia é uma inciativa alinhada com as melhores práticas internacionais”, acrescentou.
Segundo Meyer, o Brasil possui um potencial mapeado de 164GW de energia solar em telhados que deve ser amplamente aproveitado. “Essa medida deveria preceder os investimentos em grandes parques solares, que beneficiam poucos empresários e que normalmente utilizam dinheiro de bancos de fomento. A energia do futuro é livre. Esta é a forma mais rápida de aumentar a oferta e a consequente redução de preço”, conclui.
Fonte : Portal Solar