terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Preço de imóveis deve ter perda real de 10% este ano


O mercado imobiliário tende a continuar no vermelho em 2016. Essa é a previsão do economista do FipeZap, Raoni Costa.
Depois da perda real de 8,48% em 2015 diante da inflação calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a expectativa é que o preço de vendas de imóveis continue avançando em ritmo muito mais baixo do que a inflação.
“Enquanto essa situação de recessão continuar, acredito que o mercado imobiliário vai continuar sofrendo”, diz ele.
No meio do ano, a Fipe lançou um estudo apontando queda nominal de 5% no preço dos imóveis em 2016, o que levaria a uma perda real de mais de 10% em 2016 segundo as expectativas para a inflação, que hoje estão na casa dos 7%.
Oferta de imóveis
Para Costa, a oferta de imóveis deve começar a cair a partir deste ano. “O número de venda de imóveis ainda é razoável, porque você está vendendo imóveis construídos em 2013 e 2014″, diz ele.
“O ano de 2015 já foi um em que a gente viu uma retração muito grande no lançamento de novos imóveis e, em 2016, a gente vai dar um passo a mais nisso”, aponta.
Segundo ele, a tomada de decisão de compra – que é mais lenta no mercado imobiliário do que no resto do mercado -, mudou e isso impactará a oferta, que tende a se retrair ao longo dos próximos anos.
Aluguel
Os imóveis alugados estão em situação ainda pior que a dos imóveis à venda. O preço dos aluguéis recuou sete vezes consecutivas ao longo de 2015 e, nos 12 meses encerrados em junho, a perda real chega a 14%.
“Eu interpreto da seguinte maneira: muitos proprietários que iam vender imóveis não estão dispostos a baixar tanto o preço e resolvem alugar, o que fez aumentar a oferta de aluguéis”, diz ele.
Porém, sua aposta é de que haverá uma alteração na tendência nos próximos meses e que o preço do aluguel não ficará tão mais fraco que o preço da venda de imóveis por muito mais tempo.
“A diferença entre eles deve começar a se fechar, mas não dá para esperar muita coisa do mercado de aluguel”, afirma.
Comprar ou alugar?
Para o consumidor que está na dúvida entre comprar ou alugar um apartamento, Costa diz que sua expectativa se mantém no aluguel.
“Eu acho que é um bom momento para quem busca alugar e, se o aluguel continuar caindo, o contrato de aluguel é muito mais curto que o financiamento de um apartamento”, diz ele.
Para quem se decidiu pela compra, a dica é ter cautela, pois adiar a compra pode render uma grande economia.
“A taxa de juros hoje está muito alta, se o consumidor tem o dinheiro guardado, ele conseguirá um bom rendimento se aplicá-lo em um fundo”, diz Costa.
Ou seja, para quem tem dinheiro guardado, comprar um imóvel hoje pode representar perda de dinheiro.
“O melhor momento para comprar o imóvel será quando eles pararem de perder em relação a inflação e voltarem a subir. Mas quando isso vai acontecer é difícil saber”, completa.
Fonte: Exame

sábado, 9 de janeiro de 2016

Preços dos aluguéis caem 14% em 12 meses, aponta FipeZap



O proprietário de imóveis para alugar está perdendo, além da inflação, mais 3,30% no ano e 3,23% em 12 meses
O valor médio dos aluguéis recuou 0,68% em novembro na comparação com outubro, apontou o Índice FipeZap de Locação, que acompanha o preço do aluguel residencial em 9 cidades brasileiras.
Esta é a sétima queda nominal consecutiva nessa base de comparação.
O dado confirma o cenário de desaquecimento do mercado imobiliário e a queda na renda da população, que obriga os proprietários de imóveis vazios a aceitar descontos para alugar suas propriedades.
Perda de 14% em 12 meses
No ano, o índice acumula queda nominal de 3,30% e de 3,23% em 12 meses. Já a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula 9,62% no ano e 10,48% em 12 meses.
Ou seja, o proprietário de imóveis para alugar está perdendo, além da inflação, mais 3,30% no ano e 3,23% em 12 meses.
Somando inflação mais a queda nominal dos preços, a perda real total dos proprietários é de 13,24% no ano e 14,05% em 12 meses.
Salvador lidera quedas
As maiores quedas no mês foram em Salvador (-2,24%) e São Bernardo do Campo (-1,46%). Rio de Janeiro (-0,91%) e São Paulo (-0,76%) também recuaram.
As únicas cidades que não recuaram no mês foram Porto Alegre (0,49%) e Curitiba (1,29%).
Em novembro de 2015, o retorno médio anualizado com aluguel foi de 4,6% ao ano, a menor desde 2008, quando começou a ser feita a pesquisa FipeZap.
Esse valor equivale ao ganho em relação ao preço do imóvel que o proprietário terá ao alugar seu imóvel, e é diferente da comparação mensal dos aluguéis.
O retorno máximo do aluguel chegou a 8% ao ano em 2008 e veio caindo, até atingir 5% no fim de 2014.
O preço médio anunciado para locação por metro quadrado nas 9 cidades pesquisadas em novembro foi de R$ 32,29 por mês.
A cidade com o metro quadrado mais caro foi o Rio de Janeiro (R$ 37,85/mês), seguida por São Paulo (R$ 36,04/mês).
O aluguel mais barato foi em Curitiba (R$ 16,38/mês).
Os preços anunciados para locação considerados para o cálculo do índice são para novos aluguéis.
Ou seja, o Índice FipeZap de Locação não mede a variação dos contratos vigentes (normalmente reajustados automaticamente pelo IGP-M/FGV ou por outros índices de correção).
Assim, mostra de forma mais dinâmica como a demanda e a oferta por moradia estão se relacionando.
Fonte: Exame